terça-feira, 19 de outubro de 2010

As Dinastias Reais Inglesas


Um detalhe no texto de Hobsbawm chama a atenção:

"Mas as condições adequadas estavam visivelmente presentes na Grã-Bretanha, onde mais de um século se passara desde que o primeiro rei tinha sido formalmente julgado e executado pelo povo e desde que o lucro privado e o desenvolvimento econômico tinham sido aceitos como os supremos objetivos da política governamental."

Esse parágrafo nos deixa claro que o fato de os ingleses julgarem e executarem um rei, foi importante para que a Revolução Industrial ocorresse. Vejamos o porquê...

Antes de mais nada, sabemos que a figura dos reis surgiu junto com as sociedades, seja no Oriente Médio, na Europa, na África ou mesmo na distante Ásia. Um monarca com poderes ilimitados poderia ser um rei ou um imperador, dependendo do tamanho do território por ele governado.
E esse monarca, muitas vezes, tinha poder de vida e morte sobre seus súditos, sendo que seus poderes se confundiam, muitas vezes, com os poderes de Deus. Assim, nada havia a se fazer, a não ser obedecer cegamente as ordens reais, mesmo as mais absurdas. E tentar algo contra o rei seria o mesmo que tentar algo contra Deus...

Na Inglaterra, como em muitos lugares, a situação não era diferente. Reis sucediam-se no trono inglês formando Dinastias, e determinando os rumos que os ingleses deveriam seguir.

Em 1066, Guilherme, o Conquistador, deu início à Dinastia Normanda. Os normandos eram descendentes de vikings, que se fixaram na Normandia (território francês). Em 1066, Guilherme saiu da Normandia, se dirigiu à Inglaterra, e conquistou aquele país, tornando-se o rei dos ingleses.
A Dinastia Normanda durou de 1066 até 1153. Nesse ano, foi nomeado Henrique Plantageneta como sucessor de Estêvão, o último rei normando.
A Dinastia Plantageneta durou de 1154 (com Henrique II) até 1399 (com Ricardo II). O último Rei foi deposto por seu primo, membro da Família Lancaster. Ele tornou-se Henrique IV.
Mas os Lancaster (cujo símbolo era uma rosa vermelha), tiveram que disputar o trono com os York (cujo símbolo era uma rosa branca). Essa disputa, conhecida como Guerra das Duas Rosas, somente teve fim em 1485, quando os Tudor chegaram ao poder, unindo as duas famílias rivais.

A Família Tudor foi a que mais promoveu avanços na economia inglesa, até então. Seus mmebros ficaram famosos por seus problemas familiares, também:

1) Henrique VII (1457/1509) - reestruturou o Reino, organizou os impostos e a marinha inglesa;
2) Henrique VIII (1491/1547) - criou a religião anglicana, casou seis vezes e foi sucedido por três filhos;
3) Eduardo VI (1537/1553) - primeiro monarca protestante da Inglaterra, morreu jovem;
4) Joana Grey (1537/1554) - prima de Eduardo VI, governou apenas 9 dias;
5) Maria I (1516/1558) - conhecida por "Bloody Mary", tentou restabelecer o catolicismo na Inglaterra;
6) Elisabeth I (1533/1603) - a época de seu governo ficou conhecida como "Era de Ouro", devido ao fato da economia avançar, nesse período.

Elisabeth I morreu sem deixar herdeiros, e foi sucedida por seus primos, da Família Stuart, por duas vezes: entre 1603 e 1649 (Jaime I e Carlos I) e depois entre 1660 e 1707 (Carlos II, Jaime II, Maria II, Guilherme III e Ana).

O Rei Carlos I (1600/1649), o segundo Rei Stuart, notabilizou-se por sua tirania e por não se entender com o Parlamento. Assim, em 1628, ele ordenou que o mesmo fosse fechado, permanecendo assim durante 11 anos.
Mas, em 1640, ele reabriu o Parlamento, para tentar forçá-lo a aprovar a criação de novos impostos. O que aconteceu, durante dois anos, foi uma disputa crescente entre o Rei e o Parlamento, que acabou gerando uma Guerra Civil.

Essa Guerra terminou com a execução do Rei, acusado de alta traição, e a criação da República da Inglaterra, governada por Oliver Cromwell (1599/1658).

Imagem: retrato do Rei Carlos I, pintado por Anthony van Dyck (1599/1641), em 1636.

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